Distensão Abdominal
Quando o desconforto esconde causas que precisam ser investigadas
A distensão abdominal é caracterizada pela sensação de aumento de volume ou inchaço na região do abdome: em muitos casos, esse sintoma está associado à dor, desconforto, alterações do hábito intestinal e prejuízo na qualidade de vida.
Embora seja muitas vezes interpretada como um problema “simples” ou transitório, a distensão abdominal pode ser a manifestação de diferentes alterações funcionais ou orgânicas do sistema gastrointestinal, exigindo avaliação especializada para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
Inúmeras possíveis causas distensão abdominal exigem investigação detalhada
Na prática clínica, a distensão abdominal pode ter múltiplas causas, que variam de acordo com fatores individuais, hábitos alimentares, estado emocional e até mesmo composição da microbiota intestinal.
Por isso a investigação precisa ser rigorosa e levantar hábitos de vida e alimentação do paciente.
Possíveis causas da distensão abdominal
A distensão abdominal é um sintoma multifatorial, resultante de uma combinação única de características individuais, padrões alimentares, aspectos emocionais e alterações na microbiota intestinal. Entre os principais desencadeantes, podemos citar:
- Síndrome do Intestino Irritável (SII): uma das principais causas de distensão, especialmente associada à hipersensibilidade visceral e alterações na motilidade intestinal, levando a um acúmulo de gases e desconforto.
- Supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO): condição em que há proliferação excessiva de bactérias no intestino delgado, resultando em fermentação exagerada, produção de gases e distensão.
- Intolerâncias e sensibilidades alimentares: intolerância à lactose, frutose, sorbitol ou ao glúten podem desencadear distensão abdominal, frequentemente associada a outros sintomas digestivos.
- Disbiose intestinal: o desequilíbrio na composição da microbiota favorece processos fermentativos excessivos, inflamação e alterações na permeabilidade intestinal, contribuindo para o inchaço abdominal.
- Constipação intestinal: o acúmulo de fezes pode gerar sensação de plenitude abdominal e distensão.
- Transtornos emocionais e estresse crônico: através do eixo cérebro-intestino, o estresse pode afetar a motilidade gastrointestinal e a percepção de desconforto, intensificando a sensação de distensão.
- Doenças orgânicas: condições como obstruções intestinais, tumores abdominais ou ascite (acúmulo de líquido) também podem manifestar-se por distensão, embora sejam menos prevalentes.
A importância de entender as origens do problema
Na medicina integrativa, compreendemos que cada paciente é único e que a distensão abdominal pode ser um sinal de desequilíbrios múltiplos, que envolvem aspectos digestivos, metabólicos, hormonais e emocionais.
Por isso, a investigação não se limita à exclusão de doenças graves, mas inclui uma avaliação abrangente, que considera:
- Padrões alimentares e comportamentais
- Nível de estresse e saúde emocional
- Presença de intolerâncias alimentares
- Condição da microbiota intestinal
- Funcionamento metabólico e hormonal

Essa abordagem permite identificar não apenas o fator desencadeante, mas também as inter-relações que perpetuam o quadro, favorecendo um tratamento mais eficaz e duradouro.
Opções de tratamento para a distensão abdominal
O tratamento da distensão abdominal depende da causa identificada e deve ser personalizado, integrando medidas que aliviem os sintomas e corrijam os desequilíbrios subjacentes. Entre as estratégias mais utilizadas, destacam-se:
- Modificação dietética: ajustes alimentares específicos, como a dieta de baixo FODMAPs, podem reduzir significativamente a fermentação intestinal e a produção de gases
- Tratamento de disbiose ou SIBO: o uso de probióticos, prebióticos, fitoterápicos ou, em alguns casos, antibióticos específicos, pode restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal
- Regulação do trânsito intestinal: por meio de mudanças no estilo de vida, hidratação adequada, atividade física e, se necessário, uso de suplementos ou medicamentos

- Gestão do estresse: técnicas como terapia cognitivo-comportamental, meditação, mindfulness e práticas integrativas são fundamentais para modular o eixo cérebro-intestino
- Suplementação ortomolecular personalizada: nutrientes, enzimas digestivas e antioxidantes podem ser utilizados para otimizar a função digestiva e reduzir a inflamação intestinal
- Correção de intolerâncias alimentares: identificação e remoção temporária ou permanente de alimentos que desencadeiam a distensão
