
A esteatose hepática, popularmente chamada de gordura no fígado, é hoje uma das condições mais comuns nos consultórios de gastroenterologia, especialmente em grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro. Trata-se do acúmulo anormal de gordura dentro das células do fígado, um processo silencioso, progressivo e que, quando não tratado, pode evoluir para quadros graves, como inflamação hepática, fibrose e cirrose.
Um ponto importante: a esteatose não está restrita a pessoas acima do peso: ela é resultado de um desequilíbrio metabólico que pode atingir adultos, jovens e até indivíduos magros, e é nesse ponto que a integração entre gastroenterologia clínica e medicina integrativa oferece uma visão mais completa e eficaz para o manejo dessa condição.
O fígado é o principal regulador do metabolismo das gorduras. Normalmente, ele processa ácidos graxos para gerar energia ou os envia para outras partes do corpo. A esteatose se desenvolve quando esse equilíbrio é rompido.
Isso ocorre basicamente por dois mecanismos principais:
Quando esses mecanismos se somam, ocorre o acúmulo progressivo de triglicerídeos nos hepatócitos — primeiro de forma silenciosa, depois levando à inflamação (esteato-hepatite), fibrose e, nos casos mais avançados, cirrose.
Embora a alimentação seja um dos fatores mais conhecidos, a esteatose é multifatorial. Entre os principais causadores estão:
A medicina integrativa considera todos esses elementos — não apenas o fígado isoladamente — para identificar a raiz do problema e orientar um plano de cuidado mais completo.
O diagnóstico da gordura no fígado é relativamente simples e envolve a combinação de:
No contexto da medicina integrativa, o diagnóstico também envolve a análise de micronutrientes, antioxidantes, inflamação sistêmica e microbiota, elementos essenciais para entender por que o fígado perdeu o equilíbrio.
O tratamento da esteatose hepática é totalmente possível, especialmente quando abordado de forma precoce e vale salientar que a combinação entre gastroenterologia e medicina integrativa amplia o potencial terapêutico.
Indicadas nos casos mais leves:
Ajustes alimentares individualizados (redução de açúcares e refinados, foco em fibras e proteínas)
Reeducação alimentar com base na resposta metabólica do paciente
Atividade física regular
Otimização do sono
Estratégias de redução de estresse
Focado em corrigir os fatores que levam à esteatose:
Correção de resistência à insulina
Manejo da dislipidemia
Ajuste de distúrbios hormonais
Tratamento da apneia do sono quando necessário
Quando bem indicada, pode potencializar o processo de desinflamação hepática:
Colina
Ômega-3
Antioxidantes (como vitamina E quando há indicação)
Probióticos e moduladores de microbiota
Nutrientes que favorecem a função mitocondrial
A regressão da esteatose é monitorada com exames periódicos, garantindo que a melhora metabólica esteja de fato revertendo o acúmulo de gordura.
Ignorar a presença de gordura no fígado pode levar a complicações importantes:
A maioria dos casos evolui de forma silenciosa — por isso, tratar precocemente é decisivo.
A combinação da gastroenterologia com a medicina integrativa oferece uma abordagem mais completa para o paciente com gordura no fígado, uma vez que a interface entre essas formações nos permite avaliar não apenas o acúmulo de gordura, mas os motivos metabólicos, intestinais, hormonais e comportamentais que levaram a essa alteração.
Essa visão ampliada permite analisar o paciente como um todo, considerando intestino, hormônios, sono, estresse, nutrição e hábitos gerais, e, a partir dessa perspectiva integral, elaborar estratégias de cuidado realmente personalizadas, que vão além das orientações padrão.
O objetivo passa a ser a reversão do quadro e não apenas o controle temporário, ao mesmo tempo em que se reduz o risco de progressão para inflamação, fibrose ou outros estágios mais graves da doença.
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